Ideias
Invertidas Sobre a Saúde Bucal
Toda principal base do trabalho de
Norberto R. Keppe repousa sobre o processo de inversão, que foi descoberto por
ele em setembro de 1977.
Keppe começou a notar que só podemos
adoecer se estivermos em uma atitude contrária à realidade e, como somos também
uma realidade, praticamente estaríamos opondo-nos a nós mesmos, em conflito com
o que somos. Ao contrário do que Freud acreditava, não somos vitimados por um inconsciente, mas prejudicados por uma atitude voluntária de inconscientização,
ou seja, ao querer esconder o que sabemos; jamais poderíamos adoecer de algo
fora de nossa consciência.
O processo de inversão é básico,
tanto para compreender o ser humano como para lidar com ele. Na prática da
Psicanálise Integral nota-se que ele constitui um dos elementos mais comuns,
tanto no aspecto teórico como nas atitudes humanas.
A consequência da inversão se
manifestou em toda cultura e civilização porque ela é o resultado da atitude do
ser humano. E o que notamos de mais evidente é a ideia de que a realidade é
ruim e a fantasia agradável. O que de mais errôneo cometemos ao inverter tudo
foi a consideração de que sofreríamos de uma realidade penosa – para não dizer
de instintos e impulsos negativos e até perigosos (agressivos, de morte, como
falou Freud.).
Keppe tem uma frase
muito esclarecedora sobre a ideia invertida que temos em relação ao nosso
físico: ‘’Nosso corpo é uma tralha’’.
Com isso, achamos que os nossos dentes naturais nos atrapalham.
Assim, na área de saúde bucal, também há muitas ideias
invertidas, tais como:
1.
“O dente artificial é melhor que o natural”.
Esta ideia vem junto com outras:
“O
dente natural é fraco”, “Os dentes não foram criados para durar a nossa vida
toda’’ etc.
Na
verdade os dentes são feitos do tecido mais duro, mais resistente do organismo.
Eles não se reparam, como a pele que se cicatriza, ou osso, que se calcifica
porque eles foram feitos para nunca serem destruídos.
2.
“Não vale a pena tratar dos dentes de leite
porque eles vão cair um dia”. Os dentes de leite têm as mesmas funções dos
permanentes, além de guardar espaço ósseo para estes últimos nascerem. Como nós
crescemos e os dentes não, na época certa os dentes de leite caem para que os
permanentes tomem o seu lugar. Quem não dá valor aos dentes de leite, querendo
extraí-los antes do tempo certo, sem nenhuma necessidade, não aceita o valor da
natureza (Criação).
Aqui cabe comentar que essa
inversão de querer extrair dentes de leite precocemente, sem nenhuma
necessidade, é dos adultos e não das crianças que, neste sentido, parecem ser
menos invertidas.
3.
“Os dentes do siso não servem para nada; é
melhor extraí-los”. Os dentes do siso são naturais, portanto, são úteis, não
havendo nenhuma necessidade de extraí-los, a não ser em casos patológicos
excepcionais.
4.
“É preciso aplicar flúor para tornar os
dentes mais resistentes”. Temos um capítulo no livro odontologia 3º Milênio
vol. I intitulado: “Flúor em Excesso Faz
Mal Para os Dentes” que explica que o flúor não dá uma maior resistência ao
dente, como muitos pensam.
5.
“O sorriso deve ser “perfeito” mesmo que
totalmente artificial, custe o que custar (aparelho ortodôntico, cirurgia da
gengiva, cirurgia da mandíbula, coroas (“pivots”) artificiais, etc). “Os dentes
têm que ser totalmente alinhados (não pode haver nenhum dente um pouco
tortinho) e totalmente brancos”. Pela natureza, há vários tons de dentes, assim
como há vários tons de pele e de cabelos – além disto, os nossos dentes
escurecem um pouco com a idade. Um sorriso natural, mesmo que apresente um ou
alguns dentes um pouco desalinhados, é bem mais bonito do que um sorriso
totalmente artificial (repleto de coroas artificiais, por exemplo).
6.
“O nosso físico é superior à nossa psique
(visão organicista)”.
Tanto dentistas como clientes cometem essa
inversão ao achar que a cura de uma doença bucal depende quase que só do
tratamento orgânico e não que depende mais dos sentimentos, pensamentos e
atitudes do próprio cliente. Por exemplo, para se ter sucesso num tratamento de
canal ou de gengiva é muito importante lidar com o aspecto emocional do
cliente. Achar que a prevenção das doenças bucais depende mais do dentista do
que do cliente também é uma inversão.
7. O
cliente que não trata dos dentes porque não vê vantagens em tratar do seu ser e
da sua saúde (patrimônio psíquico e
físico), preferindo gastar muito com roupas caras , carros, viagens etc. comete
uma inversão. Aquele que não quer gastar com um bom tratamento dentário está
cometendo uma inversão. É claro que o melhor tratamento é o que conserva o
máximo possível os dentes naturais.
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