terça-feira, 23 de abril de 2013

IDEIAS INVERTIDAS SOBRE A SAÚDE BUCAL


Ideias Invertidas Sobre a Saúde Bucal
            Toda principal base do trabalho de Norberto R. Keppe repousa sobre o processo de inversão, que foi descoberto por ele em setembro de 1977.
            Keppe começou a notar que só podemos adoecer se estivermos em uma atitude contrária à realidade e, como somos também uma realidade, praticamente estaríamos opondo-nos a nós mesmos, em conflito com o que somos. Ao contrário do que Freud acreditava, não somos vitimados por um inconsciente, mas prejudicados por uma atitude voluntária de inconscientização, ou seja, ao querer esconder o que sabemos; jamais poderíamos adoecer de algo fora de nossa consciência. 
            O processo de inversão é básico, tanto para compreender o ser humano como para lidar com ele. Na prática da Psicanálise Integral nota-se que ele constitui um dos elementos mais comuns, tanto no aspecto teórico como nas atitudes humanas.
            A consequência da inversão se manifestou em toda cultura e civilização porque ela é o resultado da atitude do ser humano. E o que notamos de mais evidente é a ideia de que a realidade é ruim e a fantasia agradável. O que de mais errôneo cometemos ao inverter tudo foi a consideração de que sofreríamos de uma realidade penosa – para não dizer de instintos e impulsos negativos e até perigosos (agressivos, de morte, como falou Freud.).
Keppe tem uma frase muito esclarecedora sobre a ideia invertida que temos em relação ao nosso físico: ‘’Nosso corpo é uma tralha’’. Com isso, achamos que os nossos dentes naturais nos atrapalham.
Assim, na área de saúde bucal, também há muitas ideias invertidas, tais como:
1.    “O dente artificial é melhor que o natural”. Esta ideia vem junto com outras:
“O dente natural é fraco”, “Os dentes não foram criados para durar a nossa vida toda’’ etc.
Na verdade os dentes são feitos do tecido mais duro, mais resistente do organismo. Eles não se reparam, como a pele que se cicatriza, ou osso, que se calcifica porque eles foram feitos para nunca serem destruídos.
2.    “Não vale a pena tratar dos dentes de leite porque eles vão cair um dia”. Os dentes de leite têm as mesmas funções dos permanentes, além de guardar espaço ósseo para estes últimos nascerem. Como nós crescemos e os dentes não, na época certa os dentes de leite caem para que os permanentes tomem o seu lugar. Quem não dá valor aos dentes de leite, querendo extraí-los antes do tempo certo, sem nenhuma necessidade, não aceita o valor da natureza (Criação).
             Aqui cabe comentar que essa inversão de querer extrair dentes de leite precocemente, sem nenhuma necessidade, é dos adultos e não das crianças que, neste sentido, parecem ser menos invertidas.
3.    “Os dentes do siso não servem para nada; é melhor extraí-los”. Os dentes do siso são naturais, portanto, são úteis, não havendo nenhuma necessidade de extraí-los, a não ser em casos patológicos excepcionais.
4.    “É preciso aplicar flúor para tornar os dentes mais resistentes”. Temos um capítulo no livro odontologia 3º Milênio vol. I  intitulado: “Flúor em Excesso Faz Mal Para os Dentes” que explica que o flúor não dá uma maior resistência ao dente, como muitos pensam.
5.    “O sorriso deve ser “perfeito” mesmo que totalmente artificial, custe o que custar (aparelho ortodôntico, cirurgia da gengiva, cirurgia da mandíbula, coroas (“pivots”) artificiais, etc). “Os dentes têm que ser totalmente alinhados (não pode haver nenhum dente um pouco tortinho) e totalmente brancos”. Pela natureza, há vários tons de dentes, assim como há vários tons de pele e de cabelos – além disto, os nossos dentes escurecem um pouco com a idade. Um sorriso natural, mesmo que apresente um ou alguns dentes um pouco desalinhados, é bem mais bonito do que um sorriso totalmente artificial (repleto de coroas artificiais, por exemplo).
6.    “O nosso físico é superior à nossa psique (visão organicista)”.
 Tanto dentistas como clientes cometem essa inversão ao achar que a cura de uma doença bucal depende quase que só do tratamento orgânico e não que depende mais dos sentimentos, pensamentos e atitudes do próprio cliente. Por exemplo, para se ter sucesso num tratamento de canal ou de gengiva é muito importante lidar com o aspecto emocional do cliente. Achar que a prevenção das doenças bucais depende mais do dentista do que do cliente também é uma inversão.
7.    O cliente que não trata dos dentes porque não vê vantagens em tratar do seu ser e da sua saúde  (patrimônio psíquico e físico), preferindo gastar muito com roupas caras , carros, viagens etc. comete uma inversão. Aquele que não quer gastar com um bom tratamento dentário está cometendo uma inversão. É claro que o melhor tratamento é o que conserva o máximo possível os dentes naturais.



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