Ao longo de nossa prática de quase 30
anos, no Brasil, Estados Unidos, Portugal e França, atendemos um sem-número de clientes que, devido a uma forte tensão emocional, adquiriram doenças bucais
em questão de horas ou dias. Por exemplo:
F.C. contraiu cáries na época de provas,
quando estava muito tenso por não haver
estudado adequadamente; I.N. contraiu
novas cáries e aftas logo após ter-se separado da esposa; F.M. teve novas cáries e
inflamação da gengiva quando cuidava da
mãe, que tinha uma doença grave; D.S. tinha crises de aftas quando se irritava com
sua irmã mais nova.
Isso mostra, como disse Hipócrates, o
pai da Medicina, que “não existe a doença, existe o doente”. Ou seja, como afirma a
Cláudia B. S. Pacheco em seu livro “A Cura
pela Consciência – Teomania e Stress”,
somos uma unidade indissolúvel entre o
psíquico e o físico, com a predominância
do primeiro, pela sua superioridade; o
doente adoece psiquicamente primeiro e,
em consequência, fisicamente. Porém, ela
assinala que o que importa não é o acontecimento em si, mas sim nossa atitude
diante da consciência que ele traz. Percebe-se em todos esses casos citados uma
resistência a ver e lidar com problemas, o
que afeta o organismo, altera a salivação
e origina as doenças bucais.
Desde o início de nossa atuação como
cirurgiãs-dentistas, fizemos nossa formação em Psicanálise Integral, o que nos foi
de enorme auxílio em todas as áreas sobretudo no exercício de nossa profissão. A
orientação psicossomática, que adotamos,
permite um questionamento mais amplo,
no sentido de permitir que a pessoa, cada
vez que adquire uma doença bucal, possa
verificar também o que está se passando
em sua vida emocional e social.
Texto do Jornal STOP 54 disponível aqui.