De acordo com as nossas pesquisas,
a doença periodontal (DP), o diabetes
mellitus (DM) e a grande maioria das
doenças orgânicas são causadas pelo
estresse emocional, que, por sua vez,
tem origem psicossocial. Um periodonto sadio é fundamental para manter os dentes “firmes”. A manifestação
inicial da DP é a gengivite que, se não
cuidada ao longo dos anos, pode se
tornar severa, com formação de bolsas periodontais e reabsorção óssea.
(1) A DP, assim como o DM tipo2, é crônica, “silenciosa” (os sintomas só aparecem mais tarde) e a sua incidência aumenta com a idade. Acredita-se
que a causa do DM tipo 2 seja uma
produção insuficiente de insulina ou
uma incapacidade do organismo de
usá-la da forma correta. Segundo o
Ministério da Saúde, cerca de 7% dos
brasileiros sofrem de diabetes (12,5
milhões).(2) O estresse pode desencadear ou agravar a doença
periodontal e o DM tipo 2. Desde
1982, temos alertado para a etiologia
psicossocial da DP, e hoje, cientistas
comprovam isso. Em 1998, Genco
e cols. avaliaram a associação entre
doenças periodontais e estresse, ansiedade e capacidade de resolução de
problemas em 1426 pessoas de 25 a
74 anos. (3) “É mais provável que o estresse crônico seja o responsável
pelo aparecimento do diabetes, já que
ele faz com que ocorra uma liberação
constante de adrenalina e cortisona
(hormônios do estresse) em excesso.”, explica Saulo Cavalcanti, da Soc.
Bras. de Diabetes. (4) “A ideia de que
o estado emocional leva ao desenvolvimento do diabetes existe desde o século XVII”, relata a médica Andressa
Soares.(5) A Doença Periodontal
é reconhecida como a 6a complicação do diabetes(1). Segundo
a Sobrape (Soc. Bras. Periodontolo-
gia), o risco de DP é 2,5 vezes maior
em diabéticos.(6) Essas doenças interagem de uma forma bidirecional: o
DM altera a resposta imunológica e
metabólica do organismo favorecendo e exacerbando a DP, e esta contribui para o mau controle dos níveis glicêmicos (glicose no sangue). Assim, a
manutenção dos tecidos periodontais
contribui para um melhor controle
metabólico, reduzindo os níveis de glicemia. (1) O principal fator para
o “gerenciamento” do estresse
chama-se consciência, que tem
enorme poder energético e curativo.
(7) Portanto, conscientizando suas
emoções negativas (raiva, medo, inveja) e seus problemas psicossociais,
o diabético consegue estabilizar sua
saúde bucal e controlar seu diabetes,
sem nenhum medicamento. Como
no caso do cliente A, 55 anos, que apresentava DP associada à diabetes
e iniciou psicoterapia trilógica há um
ano. Hoje, ele consegue gerenciar seu
estresse e, assim, controla o diabetes
sem nenhum medicamento, e mantém a saúde bucal estabilizada, necessitando apenas de consultas para
remoção de tártaro. Perfil Psicológico dos diabéticos: “O diabético
não absorve, não usufrui o “açúcar”
da vida, o bem, a energia. Ele não
tem nada que falta na sua vida, ele
está repleto de “bem” e não usufrui.
Geralmente, ele apresenta uma incapacidade de absorver o bem”, observa a psicanalista Cláudia Pacheco. “O
Mais Difícil Para o Ser Humano
é Aceitar o Bem.” (8)
Heloísa Coelho e Márcia Sgrinhelli
Texto do Jornal STOP 104 03/2020