Em nossa boca vivem milhões de
bactérias, em perfeita harmonia com
o organismo. Elas contribuem com a
saúde (bucal e geral), participando do
desenvolvimento de tecidos, proteção
e digestão. Portanto, é o contrário do
que Pasteur afirmou, que os micróbios
seriam seres perigosos, que deveriam
ser eliminados. Eliminar as bactérias
da boca, como muitos fazem, através de
bactericidas (como os enxaguatórios)
constitui na verdade um erro, que conduz a doenças bucais e gerais.
Nakae (1986) adverte que o uso tópico
de antibióticos, sobre a placa bacteriana
leva à destruição dos micro-organismos,
o que impossibilita que estes atuem como
recurso preventivo de doenças gengivais.
Madigan e outros afirmam que a composição da microflora humana é relativamente estável (...), protegendo o hospedeiro e
produzindo nutrientes importantes que
contribuem para o desenvolvimento do
sistema imunológico” (Madigan MT, Martinko JM & Parker J. 1996. Biology of microorganisms, 8th. Prentice Hall, NJ, USA).
Nossa experiência clínica confirma a tese
de Norberto Keppe que nossas enfermidades bucais (e gerais) advêm primariamente
de um desequilíbrio psíquico (e social), que
atinge o organismo, e não que os micro-
-organismos sejam a causa do adoecimento.
Uma pessoa psiquicamente equilibrada e
com uma vida social adequada, dificilmente
contrai doenças. Assim, para prevenirmos e
tratarmos as enfermidades, temos que considerar a estrutura integral do ser humano
– sobretudo sua parte psíquica, social e ambiental, como a ciência trilógica vem mostrando na atualidade.
Márcia Sgrinhelli e Heloísa Coelho
Texto disponível no Jornal STOP 55 disponível aqui.