sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Doenças Periodontais e o Estresse Emocional

O Estresse Emocional é a Principal Causa das Doenças Periodontais

 

   O fator psíquico, emocional é a causa principal das cáries dentárias e das doenças do periodonto (tecidos que envolvem e dão suporte aos dentes, como a gengiva, o ligamento e o osso. Periodonto significa tecidos em volta do dente ( peri = em volta de; donto = dente).

   A fase inicial da doença periodontal é a gengivite (inflamação da gengiva) que tem como principal sinal o sangramento fácil. Na maioria dos casos, a gengivite é causada por uma inadequada higiene bucal e/ou pelo estresse emocional: raiva, angústia e/ou ansiedade não conscientizadas reduzem a produção de saliva e, com isso, surge a gengivite.

   Se a gengivite não for tratada, ela pode evoluir para a periodontite, onde o osso ao redor dos dentes começa a ser afetado. Se a periodontite não for controlada, ocorre uma maior perda óssea e os dentes podem ficar “soltos” e até podem cair.

   A periodontite precisa de tratamento profissional (raspagem) para ser controlada e evitar maiores danos.  

O Estresse Emocional Pode Desencadear ou Agravar a Doença Periodontal

   Recentemente, algumas pesquisas têm demonstrado a relação que existe entre o estresse psicológico e as doenças periodontais. Por exemplo, GENCO et al, em 1998, avaliaram a associação entre doenças periodontais e estresse, ansiedade e capacidade de resolução de problemas em 1.426 pessoas de 25 a 74 anos. (1)

“Não São os Problemas Que Causam Doença, Mas a Censura.” (KEPPE, O Homem Interior, 2005)

“A Doença do Ser Humano Está na Resistência à Consciência.” (KEPPE, A Origem das Enfermidades, 2000)          

                               O Poder Energético da Consciência

    O principal fator para o “gerenciamento” do estresse chama-se consciência, que tem enorme poder energético preventivo e curativo. Portanto, toda vez que o ser humano conscientiza as suas emoções negativas (raiva, medo, inveja) e os seus problemas psicossociais, ele consegue aumentar a sua imunidade e, consequentemente, estabilizar a sua saúde física.

Fumar é um dos Maiores Fatores de Risco das Doenças Periodontais 

   O segundo fator causador das doenças periodontais é o tabaco, que aumenta 10 vezes o risco para o seu desenvolvimento.  Pacientes fumantes têm mais gengivites e periodontites e, geralmente, apresentam casos mais severos da doença.

   O fumo, assim como qualquer outro vício, é buscado como tentativa de fuga ou de alívio de tensões e angústias. Mas, na verdade, além de não resolver o estresse emocional (pois a sua causa não foi detectada), mais problemas de saúde surgem por causa desse vício.

Manter uma Boa Higiene Oral Ajuda na Prevenção e Controle das Doenças Periodontais 

   O terceiro fator predisponente para as doenças periodontais é a higiene bucal inadequada.

   Para aqueles que formam tártaro, é importante uma boa higiene bucal (escovação e uso de fio dental diariamente) para controlar essa formação de tártaro e, assim, consegue-se reduzir a frequência de consultas para o tratamento periodontal (limpeza profissional com raspagem e remoção da placa bacteriana e do tártaro acumulados nos dentes e nas bordas das gengivas). Com essa raspagem profissional e a adequada higiene bucal do paciente, geralmente, as gengivas desinflamam e deixam de sangrar em poucos dias.

    A limpeza profissional e a adequada higiene bucal, aliadas ao controle do estresse emocional, são fundamentais para a prevenção e tratamento das doenças periodontais.                           

 (1)    GENCO, R.J. et al. Models to evaluate the role of stress in periodontal disease. J. Periodontol, v.3, n°1, pág. 288-302, July 1998.

 

Heloísa Coelho   CRO-SP 27.357 

Dentista formada pela USP (1983),

que aplica a Trilogia Analítica na 

Odontologia há mais de 40 anos.

quarta-feira, 25 de março de 2020

O Diabetes Tipo 2, A Doença Periodontal e O Estresse


De acordo com as nossas pesquisas, a doença periodontal (DP), o diabetes mellitus (DM) e a grande maioria das doenças orgânicas são causadas pelo estresse emocional, que, por sua vez, tem origem psicossocial. Um periodonto sadio é fundamental para manter os dentes “firmes”. A manifestação inicial da DP é a gengivite que, se não cuidada ao longo dos anos, pode se tornar severa, com formação de bolsas periodontais e reabsorção óssea. (1) A DP, assim como o DM tipo2, é crônica, “silenciosa” (os sintomas só aparecem mais tarde) e a sua incidência aumenta com a idade. Acredita-se que a causa do DM tipo 2 seja uma produção insuficiente de insulina ou uma incapacidade do organismo de usá-la da forma correta. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 7% dos brasileiros sofrem de diabetes (12,5 milhões).(2) O estresse pode desencadear ou agravar a doença periodontal e o DM tipo 2. Desde 1982, temos alertado para a etiologia psicossocial da DP, e hoje, cientistas comprovam isso. Em 1998, Genco e cols. avaliaram a associação entre doenças periodontais e estresse, ansiedade e capacidade de resolução de problemas em 1426 pessoas de 25 a 74 anos. (3) “É mais provável que o estresse crônico seja o responsável pelo aparecimento do diabetes, já que ele faz com que ocorra uma liberação constante de adrenalina e cortisona (hormônios do estresse) em excesso.”, explica Saulo Cavalcanti, da Soc. Bras. de Diabetes. (4) “A ideia de que o estado emocional leva ao desenvolvimento do diabetes existe desde o século XVII”, relata a médica Andressa Soares.(5) A Doença Periodontal é reconhecida como a 6a complicação do diabetes(1). Segundo a Sobrape (Soc. Bras. Periodontolo- gia), o risco de DP é 2,5 vezes maior em diabéticos.(6) Essas doenças interagem de uma forma bidirecional: o DM altera a resposta imunológica e metabólica do organismo favorecendo e exacerbando a DP, e esta contribui para o mau controle dos níveis glicêmicos (glicose no sangue). Assim, a manutenção dos tecidos periodontais contribui para um melhor controle metabólico, reduzindo os níveis de glicemia. (1) O principal fator para o “gerenciamento” do estresse chama-se consciência, que tem enorme poder energético e curativo. (7) Portanto, conscientizando suas emoções negativas (raiva, medo, inveja) e seus problemas psicossociais, o diabético consegue estabilizar sua saúde bucal e controlar seu diabetes, sem nenhum medicamento. Como no caso do cliente A, 55 anos, que apresentava DP associada à diabetes e iniciou psicoterapia trilógica há um ano. Hoje, ele consegue gerenciar seu estresse e, assim, controla o diabetes sem nenhum medicamento, e mantém a saúde bucal estabilizada, necessitando apenas de consultas para remoção de tártaro. Perfil Psicológico dos diabéticos: “O diabético não absorve, não usufrui o “açúcar” da vida, o bem, a energia. Ele não tem nada que falta na sua vida, ele está repleto de “bem” e não usufrui. Geralmente, ele apresenta uma incapacidade de absorver o bem”, observa a psicanalista Cláudia Pacheco. “O Mais Difícil Para o Ser Humano é Aceitar o Bem.” (8) 

Heloísa Coelho e Márcia Sgrinhelli

Texto do Jornal STOP 104 03/2020




quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Resistência ao Trabalho É a Maior Causa da Hipertensão

A Hipertensão (pressão alta), caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea (acima de 14 por 9), é uma doença crônica e cada vez mais frequente. Chamada de “assassina silenciosa”, é um dos principais fatores de risco de acidente vascular cerebral (AVC) e enfarte. No Brasil, foram registrados 388 óbitos por dia no ano de 2017 devido à pressão alta e suas sequelas. (1) 
Cerca de 25% dos Brasileiros Sofrem de Hipertensão, conforme pesquisa com 52.395 moradores das capitais; sendo que os mais afetados são os idosos com mais de 65 anos (1), uma vez que se aposentam e se sentem inúteis. Gøtzsche aconselha que os idosos controlem a pressão arterial sem medicamentos, como muitos fazem, para evitar efeitos colaterais como vertigens e quedas.(2)
A causa da maioria dos casos de hipertensão é psicossocial. “Não é possível separarmos nossos valores e filosofia de vida de nossa saúde emocional e orgânica. Existe uma unidade no ser humano: seus sentimentos, seus pensamentos e suas ações são inseparáveis, e interagem entre si o tempo todo”. (3)
Numa entrevista de Rádio, a psicanalista Cláudia Pacheco, autora de obras sobre Medicina Psicossomática, alerta: “Pelo processo inconsciente de inversão*, o ser humano trabalha com raiva, e isso causa contração muscular e a produção de toxinas, que podem ser letais. Muitos trabalham contrariados porque estão trabalhando para causas nocivas, mas isso precisa ser analisado, conscientizado e dissolvido, senão a pessoa acaba morrendo mais cedo. Se o ser humano precisa trabalhar numa estrutura doentia para sustentar a família, deve fazer análise trilógica para aprender a lidar com esse confl ito no interior. É possível regularizar e estabilizar a pressão sem medicação, com psicoterapia. Mas, se o cliente parar de fazer análise ou começar a esconder o que sente, então a pressão volta a subir.” (4)
A Ação (Pura) É a Saúde, e a Inação a Doença “Hoje em dia, o ideal de todos é viajar, ter uma vida de prazeres, sem muito trabalho, uma vida de ócio até... Hipertensão é mais comum nas pessoas que estão descontentes com o trabalho,” diz N. Keppe, no seu Programa de Rádio. (4) O sonho de se aposentar e parar de trabalhar é uma ilusão porque quem faz isso nunca consegue a felicidade que almejava. Veja o diálogo a seguir:

Cliente: - Quando me aposentei, tinha a ideia que iria ter um vidão, que conseguiria a realização de todos os meus sonhos. 
Psicanalista: - Mas, explique melhor. 
Cliente: - Tinha a ideia que iria viver viajando, conhecendo os lugares mais bonitos do mundo, e noto que não encontrei a felicidade com isso.

Esse fato mostra que o bem-estar reside no interior de cada pessoa, e toda a maravilha que existe reside mais aí – que a verdadeira felicidade consiste no encontro do bem interno com o externo. Daí, a necessidade de construir uma civilização estética e boa, para se coadunar com nosso aspecto são fundamental”. (5)
__________

*Inversão: Mecanismo psíquico, inconscientizado, descoberto por N. Keppe.
1. Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 2018. http://www.saude.gov.br/ noticias/agencia-saude/45446-no-brasil-388-pessoas-morrem-por-dia-por-hipertensao. Acessado 28/11/2019.
2. GØTZCHE, P. Medicamentos Mortais e Crime Organizado. Bookman Editora, 2016
3. PACHECO, C.B.S. De Olho na Saúde. 2ª ed. Proton Editora, 2016.
4. Programa Stop a Destruição do Mundo, nº 652, Rádio Mundial, dez/2019.
5. KEPPE, N.R. Teologia Trilógica Científica. Proton Editora, 2009.

Texto do Jornal STOP 103, disponível aqui!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

A tensão emocional e as doenças da gengiva

Os dentes e as gengivas também sofrem influência das nossas emoções negativas como raiva, medo e inveja. Através da técnica de conscientização keppeana podem-se resolver problemas gengivais, como no seguinte caso: 

A senhora L.G. (68 anos) tinha dentes com certa mobilidade; suas gengivas se inflamavam e sangravam sempre que ela era convidada para uma reunião social. Com a psicoterapia trilógica, L.G. conscientizou-se que se isolava para manter uma ideia de perfeição sobre si mesma e passou a ser mais sociável. Aos poucos seus dentes firmaram e até hoje, com 82 anos, sua saúde bucal continua estabilizada. 

Outro caso interessante é de M.A. que, aos 30 anos, apresentou descolamentos da gengiva (bolsas periodontais). Nesse caso, o especialista indicou cirurgia das gengivas. Descontente com isso, M.A. nos procurou para fazer tratamento e iniciou também a psicoterapia trilógica. Em poucos meses, houve reparação das bolsas periodontais, e sua saúde bucal permaneceu assim até hoje (aos 62 anos), necessitando apenas de raspagens anuais.

Como somos uma unidade indissolúvel entre o psíquico e o físico, adoecemos primeiro psiquicamente e depois fisicamente. A conscientização de nossos problemas tem um grande poder energético de recuperar nossa saúde. Pela natureza, a estrutura essencial do ser humano é capaz de autorregenerar nosso organismo.

Márcia Sgrinhelli e Heloísa Coelho Dentistas, professoras de Psicossomática da Faculdade Trilógica Keppe & Pacheco.


Texto publicado no Jornal STOP 102, disponível aqui!


segunda-feira, 30 de setembro de 2019

A Tensão Emocional e as Cáries Dentárias

Ao longo de nossa prática de quase 30 anos, no Brasil, Estados Unidos, Portugal e França, atendemos um sem-número de clientes que, devido a uma forte tensão emocional, adquiriram doenças bucais em questão de horas ou dias. Por exemplo: F.C. contraiu cáries na época de provas, quando estava muito tenso por não haver estudado adequadamente; I.N. contraiu novas cáries e aftas logo após ter-se separado da esposa; F.M. teve novas cáries e inflamação da gengiva quando cuidava da mãe, que tinha uma doença grave; D.S. tinha crises de aftas quando se irritava com sua irmã mais nova.
Isso mostra, como disse Hipócrates, o pai da Medicina, que “não existe a doença, existe o doente”. Ou seja, como afirma a Cláudia B. S. Pacheco em seu livro “A Cura pela Consciência – Teomania e Stress”, somos uma unidade indissolúvel entre o psíquico e o físico, com a predominância do primeiro, pela sua superioridade; o doente adoece psiquicamente primeiro e, em consequência, fisicamente. Porém, ela assinala que o que importa não é o acontecimento em si, mas sim nossa atitude diante da consciência que ele traz. Percebe-se em todos esses casos citados uma resistência a ver e lidar com problemas, o que afeta o organismo, altera a salivação e origina as doenças bucais.
Desde o início de nossa atuação como cirurgiãs-dentistas, fizemos nossa formação em Psicanálise Integral, o que nos foi de enorme auxílio em todas as áreas sobretudo no exercício de nossa profissão. A orientação psicossomática, que adotamos, permite um questionamento mais amplo, no sentido de permitir que a pessoa, cada vez que adquire uma doença bucal, possa verificar também o que está se passando em sua vida emocional e social.

Texto do Jornal STOP 54 disponível aqui.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Lentes de Contato ou Dente Natural?

Nos últimos anos, as “lentes de contato” (facetas de cerâmica bem finas, colocadas nos dentes) “viraram moda”. Alega-se que conservam as estruturas dos dentes naturais; porém, na maioria das vezes, é necessário desgastar o esmalte dentário para aplicá-las. E esse desgaste é irreversível, ou seja, quando uma faceta quebra e solta, o paciente tem que ir logo ao dentista para este repor seu sorriso artificial. Os dentes naturais apresentam uma beleza única, insubstituível. A cor natural dos dentes varia de pessoa para pessoa; com a idade, os dentes escurecem um pouco, mas continuam em harmonia com a face. Qualquer procedimento odontológico, mesmo o mais avançado do mundo, “não chega aos pés” da beleza (divina) dos dentes naturais. Então, por que muitos querem alterar a cor dos dentes naturais ? Atualmente, há um grande incentivo pela aparência. O ser humano foge da realidade, do contato consigo mesmo, através de uma máscara. Com isso, muitos acabam estragando seus próprios dentes, na busca de um sorriso artificial; e o resultado disso é lamentável: perda da saúde e da beleza natural. “O uso da máscara pode ser visto não só para enganar o próximo, mas, principalmente a si mesmo, estragando a própria existência; de maneira que temos que ver agora que o indivíduo, denominado hipócrita, causa o maior desastre para sua existência desde que não consegue viver de acordo com o que é por si: o bem” (Keppe, A Origem da Sanidade)

Texto disponível no Jornal STOP 101

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Emoções e Doenças Bucais

Em nossa boca vivem milhões de bactérias, em perfeita harmonia com o organismo. Elas contribuem com a saúde (bucal e geral), participando do desenvolvimento de tecidos, proteção e digestão. Portanto, é o contrário do que Pasteur afirmou, que os micróbios seriam seres perigosos, que deveriam ser eliminados. Eliminar as bactérias da boca, como muitos fazem, através de bactericidas (como os enxaguatórios) constitui na verdade um erro, que conduz a doenças bucais e gerais. Nakae (1986) adverte que o uso tópico de antibióticos, sobre a placa bacteriana leva à destruição dos micro-organismos, o que impossibilita que estes atuem como recurso preventivo de doenças gengivais. Madigan e outros afirmam que a composição da microflora humana é relativamente estável (...), protegendo o hospedeiro e produzindo nutrientes importantes que contribuem para o desenvolvimento do sistema imunológico” (Madigan MT, Martinko JM & Parker J. 1996. Biology of microorganisms, 8th. Prentice Hall, NJ, USA). Nossa experiência clínica confirma a tese de Norberto Keppe que nossas enfermidades bucais (e gerais) advêm primariamente de um desequilíbrio psíquico (e social), que atinge o organismo, e não que os micro- -organismos sejam a causa do adoecimento. Uma pessoa psiquicamente equilibrada e com uma vida social adequada, dificilmente contrai doenças. Assim, para prevenirmos e tratarmos as enfermidades, temos que considerar a estrutura integral do ser humano – sobretudo sua parte psíquica, social e ambiental, como a ciência trilógica vem mostrando na atualidade.

Márcia Sgrinhelli e Heloísa Coelho

Texto disponível no Jornal STOP 55 disponível aqui.