segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

DORES NA ARTICULAÇÃO DA FACE?


O ESTRESSE EMOCIONAL E O DISTÚRBIO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR  (DTM)






O que é articulação temporomandibular (ATM) ?
A articulação temporomandibular (ATM) é a articulação que liga a mandíbula ao crânio. Essa articulação pode sofrer vários distúrbios, prejudicando assim sua função. Estalos e dores são sintomas frequentemente relatados pelos pacientes.
Quais são os sintomas  comuns da DTM ?
•          Dores de cabeça (muitas vezes se assemelhando com enxaquecas),           dores de ouvido, dor e pressão atrás dos olhos;
•          Estalos ou dor ao abrir ou fechar a boca;
•          A mandíbula fica trava, sai do lugar;
•          Dor nos músculos de mastigação;
•          Dificuldade ao mastigar ou morder;
•          Inchaço do rosto;
•          Mudança na oclusão dentária da pessoa (a forma como os dentes superiores e inferiores se encaixam).

Qual a causa psicológica da DTM ?
Os fatores psicológicos desempenham um papel significante na DTM, pois contribuem não somente para o aparecimento dessa alteração, mas também para a sua perpetuação.
Vários pesquisadores relatam a estreita relação que existe entre DTM e o  estresse emocional.
Segundo Beaton et al.(1991), existem teorias segundo as quais os sintomas da DTM são manifestações psicofísiológicas  do estresse, e os pacientes com essa alteração experimentam e/ou expressam sintomas psicológicos, somáticos e comportamentais do estresse junto com os sintomas da disfunção.
Stein et al (1982), realizaram um estudo em 24 indivíduos e concluíram que os pacientes com disfunção apresentaram índices mais altos de estresse do que o grupo Controle.
O estresse emocional pode produzir mudanças fisiológicas mensuráveis, como o aumento das catecolaminas e dos esteroides 17-hidróxi  na urina. As concentrações urinárias dessas substâncias nos pacientes com DTM foram determinadas e comparadas com um grupo Controle. A quantidade média do esteroide nos pacientes com disfunção foi 33% maior do que no grupo Controle, e o nível médio de catecolaminas foi 118% mais elevado. Os autores afirmam que esse estudo oferece evidências bioquímicas de que pacientes com DTM estão sob o estado emocional de estresse maior do que os indivíduos normais e, como essa condição emocional pode predispor ao desenvolvimento  de mecanismos de liberação de tensão através de hábitos bucais, pode haver risco de fadiga muscular com resultantante  espasmo muscular, dor e disfunção. (MOREIRA, ALENCAR & BUSSADORI, 1998)
Existe indicação de que 76% dos pacientes com disfunção apresentam  algum problema psicológico, dos quais 84% apresentam doença depressiva.
Raiva e hostilidade não são incomuns entre os pacientes com DTM que já experimentaram muitos tipos de tratamentos mal sucedidos e podem contribuir para a perpetuação da condição.
Para Wepman (1978), o maior fator emocional relacionado com a percepção à dor é a ansiedade, e os indivíduos que mostram alto grau de ansiedade no seu comportamento cotidiano ( alto traço de ansiedade) são mais reativos às situações quando a ansiedade esta aumentada ( alto estado de ansiedade).
A  ansiedade nos pacientes com DTM tem sido relatada e existem três afirmações sobre esse assunto:
- os estados emocionais como a ansiedade levam à tensão muscular;
- a tensão muscular persistente leva à dor;
- essa sequência de eventos leva aos sintomas relatados pelos pacientes.
De acordo com Molin et al (1973), a ansiedade e a tensão muscular têm um papel importante na etiologia da DTM, e também a dor associada aos músculos e à articulação  pode contribuir para acentuar ainda mais a ansiedade do paciente.

O que é o estresse psicológico?

O estresse é ocasionado por um esforço que o organismo dispende no sentido de se proteger de agressões do meio ambiente. As supostas causas do estresse poderiam ser: queimaduras, lesões, estados pós-operatórios, variação de temperatura, ambiental, esforços musculares intensos, traumas e irritações nervosas. Mas a quase totalidade do estresse verificado em pacientes é causada por fatores psicológicos (PACHECO,1983).
A tendência das explicações médicas e psicológicas tem sido colocar a culpa em questões ambientais: trabalho em excesso, tipo de trabalho, casamentos fracassados, trânsito intenso, cidades grandes etc. etc.. Mas pesquisas também provam que os executivos mexicanos queixam-se mais do stress nas férias do que em período de trabalho. E habitantes de cidades pequenas apresentam um grande número (ou maior) de sintomas psicossomáticos e de desequilíbrio nervoso (PACHECO, 1983).

Os pacientes tratados pelo método psicanalítico integral têm um alto índice de recuperação de suas doenças, sem necessitarem de qualquer mudança em sua vida, profissão ou família. Se a causa dessa enorme incidência de stress estivesse em outro fator que não no interior do homem, não haveria essa possibilidade de cura (PACHECO, 1983).

A interiorização é o caminho da cura


O aspecto mais importante do trabalho de Keppe, a chave principal da Trilogia Analítica, é o processo de interiorização. “O homem interiorizado é o homem são.” Chegamos através da ciência à mesma conclusão de Santo
Agostinho e de Sócrates na filosofia. A beleza do corpo do homem, dos seus músculos, seu cérebro, seu rosto são reflexos muito apagados da perfeição que existe no interior. A beleza dos animais, da natureza, dos astros e do universo é uma pequena parte da beleza do ser humano. No nosso interior, além da Beleza, existe o Amor, que não existe na realidade externa.
Por mais que tentemos, jamais nossa imaginação poderia atingir as delícias e a satisfação que a Sanidade interna nos traria se a aceitássemos completamente (PACHECO, 1983).

A Trilogia Analítica desenvolveu uma técnica de interiorização que propicia este contato. Trata-se da técnica comparativa, onde cada elemento do mundo externo é transportado dialeticamente para o interior do homem. Desta forma,
quando colocamos “os outros” dentro da vida psíquica do cliente, ele se acalma, reconhecendo o valor que tem em seu interior, o enorme mundo que tem dentro de si, amenizando a sua inveja. Se vemos o mal vindo dos outros, também o fazemos com o bem, invejando o que imaginamos não possuir.
Mas se o reconhecemos em nós, logo nos acalmamos.
A partir do momento em que o homem começa a aceitar essa volta para si, então se inicia a cura. Quanto mais faz esse movimento, mais se ampliam seus horizontes. O homem muito interiorizado chega a perceber coisas dentro de si que não existem correspondentemente no universo externo, pois o seu
íntimo é o que há de mais perfeito em toda a criação (PACHECO, 1983).

Se temos essa maravilha em nós, então por que não a usufruímos?
Dr. Keppe explica essa recusa por ser o nosso interior o reflexo da beleza divina. A Sanidade que vemos dentro de nós não é nossa realização, e, diante de tanta grandeza e maravilha, cegamo-nos pela terrível inveja que sentimos daquele que nos presenteou com ela. Assim é que a humanidade passou a ver a vida como algo feio, penoso, sem sentido e angustiante, e o “papel” que representamos está longe de ser a expressão da nossa realidade interna. De seres feitos à semelhança de Deus, reduzimo-nos a assassinos, delinquentes, doentes, angustiados.(PACHECO, 1983) .


PACHECO, C.B.S.  - A Cura pela Consciência – Teomania & Estresse  - Proton Editora, 1ª Edição, São Paulo, 1983.



Um comentário:

  1. Olá, Heloísa! Meu nome é Marcelo Bark e sou aluno do último ano de odontologia da Universidade Positivo ( Curitiba-Pr). Os apesares me levaram à encontrar seu blog no dia de hoje. Antes de me explicar e/ou explanar qualquer reflexão que tenho sobre a essência de seu blog, gostaria de pedir, com toda educação e respeito, se seria possível disponibilizar seu email. Meus pensamentos e entendimentos, ainda que sem experiência e maturidade, têm similaridade com grande parte de suas reflexões. Eu escrevo para um blog chamado Caminhante Aprendiz, blog de reflexões sobre filosofia vida e ,sobretudo, Evangelhos...
    Meu email é Marcelobark@yahoo.com.br
    Agradeço desde já
    abraço

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