segunda-feira, 30 de setembro de 2019

A Tensão Emocional e as Cáries Dentárias

Ao longo de nossa prática de quase 30 anos, no Brasil, Estados Unidos, Portugal e França, atendemos um sem-número de clientes que, devido a uma forte tensão emocional, adquiriram doenças bucais em questão de horas ou dias. Por exemplo: F.C. contraiu cáries na época de provas, quando estava muito tenso por não haver estudado adequadamente; I.N. contraiu novas cáries e aftas logo após ter-se separado da esposa; F.M. teve novas cáries e inflamação da gengiva quando cuidava da mãe, que tinha uma doença grave; D.S. tinha crises de aftas quando se irritava com sua irmã mais nova.
Isso mostra, como disse Hipócrates, o pai da Medicina, que “não existe a doença, existe o doente”. Ou seja, como afirma a Cláudia B. S. Pacheco em seu livro “A Cura pela Consciência – Teomania e Stress”, somos uma unidade indissolúvel entre o psíquico e o físico, com a predominância do primeiro, pela sua superioridade; o doente adoece psiquicamente primeiro e, em consequência, fisicamente. Porém, ela assinala que o que importa não é o acontecimento em si, mas sim nossa atitude diante da consciência que ele traz. Percebe-se em todos esses casos citados uma resistência a ver e lidar com problemas, o que afeta o organismo, altera a salivação e origina as doenças bucais.
Desde o início de nossa atuação como cirurgiãs-dentistas, fizemos nossa formação em Psicanálise Integral, o que nos foi de enorme auxílio em todas as áreas sobretudo no exercício de nossa profissão. A orientação psicossomática, que adotamos, permite um questionamento mais amplo, no sentido de permitir que a pessoa, cada vez que adquire uma doença bucal, possa verificar também o que está se passando em sua vida emocional e social.

Texto do Jornal STOP 54 disponível aqui.

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